Estresse e queda de cabelo: qual a relação?

10 dezembro, 2020
Imagem do Artigo Estresse e queda de cabelo: qual a relação?

O estresse é um problema bastante comum na atualidade, principalmente em época de pandemia. Seus efeitos podem se manifestar de diferentes formas no corpo; inclusive, nota-se a crescente relação entre estresse e queda de cabelo.

E, quando o assunto é beleza, um dos problemas mais desesperadores é a queda de cabelos, não é mesmo?

Identificar a relação entre esses dois fatores é muito importante para entender que não é possível controlar um problema sem cuidar do outro.

QUEDA NATURAL DOS FIOS

Antes de qualquer coisa, é preciso esclarecer que nem sempre a queda de cabelo representa algo de errado com sua saúde. “Em alguns casos, a queda é fisiológica e não necessita de tratamento. Eventuais quedas fazem parte do ciclo do cabelo”.

Os fios possuem um ciclo natural de mais ou menos mil dias, no qual eles nascem, crescem, estabilizam e depois caem. Porém, enquanto um cai, já tem outros com tempo de vida diferente e a gente não percebe mudança no volume.

UMA DICA IMPORTANTE: Se você tiver aqueles fios curtinhos no topo da cabeça, é um bom sinal: significa que seu cabelo está nascendo, e não apenas caindo.

QUEDA EXCESSIVA DOS FIOS

Em média, uma pessoa possui 100 mil fios de cabelo e, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, é esperado que cerca de 100 a 200 fios caiam por dia. Ultrapassar essa quantidade pode significar que toda a sua estrutura capilar está fragilizada, desde a raiz até as pontas, por isso a atenção deve ser redobrada.

Além da quantidade de fios que caem diariamente, é muito importante que se avalie a densidade de cabelo que está no couro cabeludo. Repare se os fios estão ficando mais finos, se há diminuição de volume total ou aparecimento de áreas mais vazias na cabeça.

Se você se identificar com esse quadro, procure um dermatologista. Exames específicos podem encontrar a verdadeira origem do problema e determinar o tratamento mais adequado para o seu caso.

Identificar quando a queda de cabelo é excessiva é importante para ter certeza do tratamento correto que deve ser feito para diminuir as consequências que esse problema pode causar.

RELAÇÃO ENTRE ESTRESSE E QUEDA DE CABELO

Embora seja confundida muitas vezes com a calvície, a perda dos fios pode estar intimamente ligada ao emocional do paciente.  E não importa o quanto o indivíduo cuide das suas madeixas, se não tratar o problema emocional, os fios continuarão a cair. Este é o caso da queda de cabelo por estresse, que acomete de 1 a 2% da população e afeta homens e mulheres de todas as idades.

Mas, por que isso acontece? Qual é a relação entre estresse e a queda de cabelo?

Quando a pessoa passa por um estresse muito grande, seja emocional ou orgânico, como doenças, mudanças na alimentação, mudanças no sono, inserção ou mudança na dose de medicações, esse estresse pode gerar um gatilho para que o ciclo dos fios se sincronize. A consequência é o aumento significativo do número de fios que caem diariamente.

Uma pessoa estressada pode sofrer de uma queda capilar temporária, ou seja, impulsionada por um momento de grande tensão. Somente em situações extremas é que ocorre a perda de todos os fios. Como resultado, o sistema circulatório periférico fica comprometido, o que afeta a fixação do cabelo.

Além disso, o estresse agudo gera altas taxas de cortisol no organismo, que também leva a perda dos cabelos. Esse hormônio (cortisol), em suas taxas normais, auxilia na imunidade, controlando inflamações e ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue equilibrados, bem como a pressão arterial.

Quando os níveis de cortisol estão elevados, em decorrência do estresse, ocorre uma vasoconstrição generalizada, promovendo o ressecamento da pele, e diminuição da irrigação do couro cabeludo, resultando em queda e/ou quebra dos fios. Além disso, as unhas também ficam enfraquecidas e se quebram com facilidade.

Sob situações de estresse, o organismo também acelera a produção de uma substância conhecida como estriol, que pode impedir a entrada de nutrientes na região capilar e brecar o crescimento dos cabelos.

Um outro fator que também é relacionado à queda de cabelo por estresse é a alopecia areata – trata-se de uma doença que surge em até três meses após um episódio de estresse intenso. Esta pode resultar em uma diminuição brusca no crescimento de fios em determinada área da cabeça.

Resumindo, existem três tipos de queda capilar gerada pelo estresse. São elas:

  • Alopécia areata: o sistema imunológico fica contra os folículos, fazendo com que ocorra a queda deles, inclusive, em grandes quantidades.
  • Tricotilomania: está ligado a compulsão em puxar o próprio cabelo.
  • Eflúvio telógeno: enfraquecimento temporário do cabelo, fazendo com que o crescimento seja interrompido. Além disso, afeta os fios, de forma que a queda seja intensa.

Diante de todas essas informações, não se pode negar que estresse e queda de cabelo andam de mãos dadas. Muitas vezes, a queda de cabelo pode ser apenas um alerta de que algo não vai bem. Por isso, o ideal é descobrir a raiz do problema e buscar as soluções mais adequadas.

Para ajudar na identificação dos sintomas mais comuns do estresse, listamos alguns quadros que exigem atenção especial. Veja quais são:

  • tensão muscular
  • coração acelerado
  • picos de pressão alta
  • respiração difícil e ofegante
  • tristeza sem causa aparente
  • dores nas costas e no pescoço
  • crise frequentes de enxaquecas
  • esgotamento físico e emocional
  • fadiga e sensação diária de mal-estar
  • insônia ou dificuldade para pegar no sono
  • problemas de estômago como azia, muitos gases e diarreia.

Observe se você apresenta algum desses sintomas acima e, se sentir necessidade busque ajuda!

COMO COMBATER A QUEDA DE CABELO POR ESTRESS?

Não há solução milagrosa quando a queda dos fios é provocada pelo estresse. O relaxamento, a prática de exercícios físicos para diminuir a ansiedade e aumentar a produção de serotonina (neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar) e uma rotina menos atribulada são apontados como os pilares do tratamento, que sempre devem ser acompanhados por um médico.

Busque ajuda médica

Se você notou que seu cabelo anda caindo muito além do normal, o primeiro passo deve ser buscar ajuda de um tricologista (dermatologista especializado em doenças do couro cabeludo). O diagnóstico precoce é fundamental para reverter os quadros de alopecia areata.

Um dos primeiros pontos para análise é observar se a queda dos fios já estava acontecendo antes ou se começou durante a quarentena. É importante considerar que estresse e queda de cabelos podem ter sido influenciados pela pandemia do coronavírus.

Pelo menos por enquanto, o aumento desses casos de queda capilar por estresse é visto pelos dermatologistas como uma das consequências da pandemia. Esse quadro pode ser agravado tanto pelo medo de contrair a doença, quanto pela necessidade de modificar o estilo de vida para se adaptar à nova situação.

Geralmente, o tratamento contra queda de cabelo por estresse envolve a ingestão de suplementos vitamínicos ou de remédios vasodilatadores, além da aplicação local de cremes contendo corticosteróides. Em alguns casos, também vale a pena investir em cosméticos que combatem a queda capilar.

Busque ajuda psicológica

Em casos de queda de cabelo por estresse, o tratamento psicológico é tão – ou até mais – importante quanto o tratamento médico. Além de ser fundamental para lidar com estresses e traumas, a terapia também é fundamental para a autoestima, que tende a ficar bastante comprometida após episódios de queda de cabelo.

Por isso, não tenha vergonha de buscar ajuda psicológica. O ideal, é claro, é fazer isso com um profissional que faça um verdadeiro acompanhamento psicológico mas se, por algum motivo, você não queira esse tipo de auxílio, não deixe de conversar com amigos, familiares e outras pessoas de confiança caso você esteja enfrentando algum problema pessoal.

Fortaleça seu sistema imunológico

Em 20% a 30% dos casos, a alopecia pode estar associada a enfermidades de natureza imunológica. No caso da alopecia areata, o sistema imunológico também é afetado e, por esse motivo, é importante recorrer à medidas que aumentam a imunidade no corpo, preferencialmente as naturais.

Para isso, você pode investir em uma alimentação rica em vitaminas C (presente na laranja, por exemplo) e E (presente grãos, folhas verdes e óleos vegetais). O salmão é uma excelente opção pois conta com ácido graxo, ômega 3 e selênio que facilitam a chegada de nutrientes e melhora a circulação.

A soja é uma forte aliada no combate à queda de cabelo por estresse porque é uma ótima fonte de proteína que garante que novos fios cresçam sempre que outros caírem. Laranja, morango, cenoura, agrião e espinafre são ingredientes fáceis de encontrar e que ajudam no fortalecimento dos fios.

Exercitar o corpo também é fundamental para oxigenar o sangue, levar nutrientes para o couro cabeludo e recuperar a força dos folículos pilosos (raiz do cabelo). Somado a isso, a atividade física relaxa, melhora o humor e contribui para combater o stress. E, por fim, evitar maus hábitos como fumar e beber em excesso.

Se você está sofrendo de queda de cabelo por estresse, não se esqueça nunca que o melhor jeito de cuidar dos cabelos é manter um estilo de vida balanceado e uma alimentação equilibrada. Dessa forma seu organismo vai funcionar corretamente e você terá cabelos super saudáveis!